Vovó Elza

Macaco-prego (Spajus apella)

Vovó Elza é uma macaquinha idosa que passou mais de 40 anos de sua vida sob os cuidados de alguém que a mantinha presa por uma corrente amarrada em sua cintura. Ela carrega essas marcas até hoje. Chegou até nós depois que a família decidiu enviá-la para um Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres. Atualmente, Vovó Elza vive em um recinto amplo com outros macacos-pregos. Sua alimentação e cuidados veterinários são prioridade, visando proporcionar a ela uma vida melhor do que a que teve no passado. Seu ambiente também foi preparado para oferecer os estímulos ambientais necessários, otimizando assim sua qualidade de vida. Estamos dedicados a garantir que ela receba todo o carinho e atenção que merece nesta fase da vida.

Dodó

Arara-vermelha (Ara chloropterus)

Dodó é uma arara-vermelha que sofreu maus-tratos pelo tráfico, ela não voa e é cega dos dois olhos. O transporte de animais que alimentam o tráfico é muito cruel, ficam em locais muito pequenos, sem água ou comida, e muitas vezes são mutilados para fazer menos barulhos e não chamar atenção. Por essas razões, Dodó teve seus dois olhos queimados com cigarro, e ficou cega. Hoje ela vive em um recinto menor para não ter risco de queda, ela divide recinto com uma arara-canindé que também teve um dos olhos queimados. Apesar disso, proporcionamos os cuidados para que tenham uma vida digna e todos os cuidados que necessitam.

Orelha

Anta (Tapirus terrestris)

Orelha é uma simpática anta macho. Quando filhote perdeu uma parte da orelha em uma briga com o pai, originando o seu nome. Viveu por 17 anos em pequeno recinto, de chão concretado, sem lago ou gramado. Por dificuldades financeiras, o local fechou e todos os animais foram destinados para diferentes locais. Foi quando Orelha encontrou o novo lar, o Instituto Libio. Quando a equipe foi buscá-lo, Orelha estava infestado de parasitas, a alimentação era apenas milho seco e as condições gerais de saúde não eram as melhores. Chegou ao novo lar de forma tímida, com muito medo. Na primeira semana, não arriscou aproximação do lago, na segunda algumas pegadas começaram a surgir na margem do lago. Hoje dois anos depois da sua chegada, ele nada por todo o lago e aproveita de um espaço de aproximadamente 250m2, onde pode viver dignamente.

Nick

Ratão-do-banhado (Myocastor coypus)

Nick é um ratão-do-banhado cheio de carisma. Ele era filhotinho, tinha poucas semanas de vida quando se perdeu de sua mãe e foi resgatado pela equipe do Projeto Capa, durante as rondas que faziam pela ciclovia da Marginal Pinheiros, São Paulo/SP. Foi entregue ao Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAS), suas condições de saúde eram ruins, estava fraco e desnutrido. Foi cuidado e alimentado com mamadeira, e uma equipe de profissionais acompanhou o crescimento e condições de saúde até que ficasse bem. Depois disso, ele veio para o Instituto Libio. Nosso ratão-do-banhado agora é um indivíduo adulto, que está totalmente adaptado ao seu recinto, recebendo uma dieta balanceada e cuidados adequados. Ele fica no mesmo recinto do Orelha (anta) e adora fazer tocas nas margens do lago.

Jorginho

Macaco-prego (Sapajus nigritus)

Jorginho é mais um macaco-prego que foi vítima do tráfico de animais silvestres. Por uma prática muito triste e destrutiva para as populações de primatas. A mãe foi morta por um tiro para a retirada de Jorginho, mas ele levou um tiro de raspão e foi descartado. Em muitos casos, os filhotes são mais valiosos no mercado ilegal de animais silvestres, pois são considerados mais fáceis de transportar e mais desejáveis como animais de estimação ou para colecionadores. As mães, por outro lado, são mais difíceis de capturar e transportar devido ao seu tamanho e comportamento protetor em relação aos filhotes. Jorginho sobreviveu, embora tenha perdido parte da sustentação da cauda fazendo com que tenha menor equilíbrio. Hoje ele vive bem com outros macacos-pregos, mas passará o resto de sua vida preso.

Dex

Macaco-prego (Sapajus nigritus)

Dex é um macaco-prego que foi resgatado após ser atropelado. Infelizmente, ele teve que passar por uma cirurgia de amputação dos membros, e perdeu o braço direito e o pé esquerdo. Logo depois, passou por um período em recinto de espaço bem reduzido e sozinho. Apesar disso, hoje no Mantenedor do Instituto Libio, ele tem se adaptado bem à nova condição física e ao cativeiro. Dex também vem nos surpreendendo ao mostrar-se totalmente interessado nas atividades de enriquecimento ambiental que tem feito a diferença para reduzir o estresse e proporcionar uma melhor qualidade de vida. Além de dividir o espaço com outros macacos-pregos. O atropelamento é um grande problema que afeta diversas espécies da fauna nativa, para primatas o Brasil é considerado o segundo país do mundo com maior ocorrência de atropelamentos.

Recintos Araras

Arara-canindé (Ara ararauna) e Arara-vermelha (Ara chloropterus)

As araras são aves majestosas de coloração vibrante, também são animais muito inteligentes com capacidade de imitar sons humanos. Toda essa beleza representa um grande custo às suas vidas, sendo alvo do tráfico de animais silvestres. Muitos colecionadores, criadores e até outros estabelecimentos adquirem araras e outros animais para aumentar a diversidade ou atrair visitantes. Para isso, práticas cruéis são empregadas, muitas morrem, outras ficam debilitadas e não tem mais condições de retornar à natureza. Mas tem o direito de ter uma vida digna e ter o devido cuidado. Para isso, contamos com dois recintos extremamente amplos, cuidados veterinários, alimentação adequada e enriquecimento ambiental. Tudo isso para proporcionar uma melhor vida para esses animais maravilhosos.

Recintos papagaios

Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva)

O papagaio-verdadeiro é uma das espécies mais frequentemente traficadas no Brasil. Infelizmente, tornou-se uma das principais vítimas do tráfico de animais devido à sua capacidade única de imitar sons e a voz humana, tornando-se altamente cobiçado por sua habilidade de fala. Esta espécie é particularmente caçada por ser considerada a que melhor desenvolve essa habilidade de reprodução sonora, o que a torna alvo constante do comércio ilegal de animais silvestres. Muitas pessoas acham comum ter um papagaio em casa por não compreender que esses são animais silvestres e que devem ter o direito de ser livres. Há um intenso comércio que também contribui negativamente e normalizam a compra para pets. A triste verdade é que grande parte são retirados da natureza, muitas vezes de forma cruel, para alimentar o tráfico. Hoje temos aproximadamente 30 papagaios que ficam separados em dois amplos recintos, com alturas que permitem que voem. Cuidados pensados para o manejo adequado de animais silvestres. Eles não poderão mais viver na natureza, pois o seu comportamento ou condições físicas não permitem mais. Mas terão uma vida de qualidade, respeito e zelo pelo bem-estar.

Recintos Bugios

Bugio-Ruivo (Alouatta clamitans)

O Bugio-ruivo está em risco de extinção, classificado como vulnerável na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção. As principais ameaças incluem a perda, fragmentação e redução da qualidade de seus habitats, a retirada de indivíduos por caça ou captura, ataques por animais domésticos e doenças como a Febre Amarela. Muitas populações foram dizimadas pela febre amarela. Os indivíduos que não sucumbiram à doença foram eliminados pela triste falta de conhecimento sobre sua forma de transmissão. Causada por um vírus e transmitida por mosquitos, na natureza, os bugios são as principais vítimas, adoecendo como um alerta para os seres humanos, agindo como sentinelas e indicando a presença do vírus em determinada região. Hoje é fundamental o manejo adequado e a garantia de bem-estar dos indivíduos e grupos, daqueles que permanecerão em cativeiro e incluir em programas de conservação para oportunizar a sua soltura.

Educação Ambiental

As práticas de Educação Ambiental se tornam ferramentas essenciais para a conservação ambiental. Em relação ao tráfico de animais, é importante ressaltar que essa prática é alimentada pela existência de um mercado consumidor. Assim, ao abordar a importância da conservação dos ambientes e da sensibilização contra o tráfico, ensinamos desde cedo que cada arara, papagaio ou macaco tem um lugar especial na natureza. E ao entender isso, as crianças se tornam guardiãs valentes, prontas para proteger esses seres magníficos. Além delas, muitos adultos são transformados quando compreendem a problemática e tornam-se mais uma voz e, prol ao meio ambiente e a fauna.

Proteção de Florestas

A preservação das reservas ambientais é de suma importância para a manutenção da vida em nosso planeta. Esses santuários naturais abrigam uma riqueza extraordinária de biodiversidade, oferecendo um lar para inúmeras espécies vegetais, animais e microorganismos. Além de serem vitais para a sobrevivência dessas formas de vida, as reservas desempenham um papel fundamental na regulação do clima, na purificação da água, na absorção de carbono e na preservação dos serviços ecossistêmicos essenciais para a vida humana. São fontes valiosas de conhecimento científico, permitindo pesquisas que expandem nossa compreensão sobre os ecossistemas naturais. O investimento na preservação dos remanescentes ainda existentes, conscientização por meio de educação ambiental e o incentivo à pesquisas científicas e projetos de conservação é fundamental para a biodiversidade e para os seres humanos.

Manutenção Mantenedor

Os mantenedores de animais silvestres desempenham um papel fundamental na conservação da fauna silvestre. Esses espaços são destinados à criação e cuidado de espécimes que foram resgatados de situações de maus-tratos ou que não podem retornar ao seu habitat natural. Nossa Instituição, atualmente, tem aproximadamente 130 espécimes que acolhemos no mantenedor, são araras, papagaios, periquitos, macacos-pregos, macacos bugios, cachorros-do-mato, ratão-do-banhado e anta. Esses animais encontram no mantenedor um ambiente seguro e dedicado ao seu bem-estar, proporcionando cuidados especiais e uma chance de vida digna após terem passado por experiências difíceis. Temos uma equipe dedicada para a preparação e alimentação dos animais, limpeza e manutenção de recintos, cuidado veterinário e atividades de enriquecimento ambiental. Além disso, para acolhermos mais animais precisamos construir novos recintos que sejam suficientemente grandes para dar o máximo de qualidade de vida.