Nosso país é formado por um mosaico de biomas com uma grande diversidade de fauna e flora. Florestas e matas são responsáveis pela conservação da água e pela manutenção do clima, fatores indispensáveis à existência de vida no planeta. Infelizmente a biodiversidade do Brasil é ameaçada por queimadas de pequenas e grandes proporções que comprometem e destroem definitivamente as espécies da fauna que tem papel importantíssimo no ecossistema, além de causar problemas respiratórios aos seres humanos e emissão de gases poluentes, dentre outros. 

Para evitar equívocos, é importante diferenciar os conceitos sobre queimadas e incêndios para tratarmos deste assunto. As queimadas possuem origem humana e os incêndios podem ocorrer de forma natural ou humana. O ser humano é o responsável por grande parte das queimas, seja ateando fogo em locais impróprios por vandalismo, em lixos ou folhas secas nos quintais ou até mesmo na mata com bitucas de cigarro. Essas ações causadas pelo ser humano são consideradas crimes ambientais quando executadas sem as devidas técnicas de controle e estão previstas na Lei Federal Nº. 9.605/98. Neste último caso, na maior parte das vezes, essas ações fogem do controle e se alastram causando um estrago enorme.  

Nos últimos anos as queimadas têm sido uma das principais ameaças ao meio ambiente  e, para combater esse grande problema e promover a preservação da natureza é essencial a participação de toda a população. 

A educação ambiental é uma ferramenta de prevenção fundamental para a conscientização e sensibilização aos incêndios florestais, por meio de ações educativas permanentes, que articulem de forma contundente a necessidade de se enfrentar a degradação ambiental decorrente dos incêndios florestais, principalmente por meio de ações que enfoquem a importância das áreas de proteção ambiental, no seu contexto socioambiental e que estabelecem vínculos com comunidades próximas. 

É necessário potencializar e tornar mais efetivas as ações de prevenção aos incêndios florestais através da Educação Ambiental crítica e transformadora. 

A educação ambiental na vertente crítica preconiza o compromisso do cidadão com o ambiente, enquanto parte integrante deste, desenvolvimento do pensamento crítico frente aos problemas ambientais e promoção de ações de sustentabilidade. Desta forma, visa a mudança de hábitos a partir das perspectivas ecológica, econômica, social, cultural e ética. A vertente crítica se diferencia da conservadora, pois nela o ser humano é posto como parte integrante e responsável pelo ambiente, diferente da conservadora em que o indivíduo está distante dos problemas ambientais assumindo uma postura passiva. Os efeitos da sensibilização no combate às queimadas, na perspectiva da educação ambiental converge para resultados mais efetivos, uma vez que busca a transformação da realidade mediante ações individuais e coletivas, de responsabilidade e ética ambiental, instiga o indivíduo a assumir uma postura crítica, mudança de hábitos e utilização de práticas sustentáveis de respeito ao ambiente, podendo garantir a conservação e utilização racional dos recursos naturais pensando na coletividade.

A Educação Ambiental no combate às queimadas 

A Educação Ambiental é um instrumento importante utilizado para atenuar os impactos e ocorrências dos incêndios florestais (BONTEMPO, 2006). Nesse contexto, segundo Soares, Batista e Tetto (2017), afirmam que as estratégias para conscientização da população e prevenção aos incêndios florestais devem ser dirigidos a públicos e comunidades específicas, respeitando as diversidades culturais e sociais da comunidade e incluindo as práticas tradicionais e de subsistência locais que utilizam o fogo. Ademais, é importante elaborar materiais didáticos adequados de acordo com a idade, proporcionando a todos os níveis informações básicas e inteligíveis sobre os incêndios florestais. Outrossim, faz-se necessário estimular as instituições de ensino, de todas as esferas, para que desenvolvam programas de manejo do fogo apropriados às vivências, realidades e crenças das comunidades. Assim, as ações de prevenção aos incêndios florestais, que utilizam a Educação Ambiental para promover a preservação da biodiversidade e dos recursos naturais, devem ser aplicadas por meio de práticas democráticas, participativas e inclusivas, de modo permanente e continuado, por meio de processos que vislumbrem a sensibilização da população para uma tomada de consciência ecológica, mudança de comportamentos e um despertar para o pertencimento a esses ambientes, a fim de que as pessoas envolvidas se tornem responsáveis em colaborar com a preservação do meio ambiente, se comprometendo com uma cidadania participativa (DIAS, 2008; JACOBI, 2003; BRASIL, 2016).

Orientações fornecidas pelo Corpo de Bombeiros à população:

  • Evite queimadas desnecessárias: Nunca provoque queimadas para eliminar lixo ou limpar terrenos. Busque alternativas mais seguras e sustentáveis para a eliminação de resíduos.
  • Não jogue pontas de cigarro em áreas naturais: Descarte adequadamente as pontas de cigarro em lixeiras apropriadas. Um simples cigarro pode ser suficiente para iniciar um incêndio em áreas secas.
  • Não faça fogueiras em locais não autorizados: Caso esteja acampando ou em áreas de lazer onde a fogueira seja permitida, sempre faça em locais autorizados e tome cuidado para apagá-las completamente após o uso.
  • Denuncie ações suspeitas: Se você notar alguém realizando queimadas ilegais ou de forma irresponsável, denuncie às autoridades ambientais ou ao Corpo de Bombeiros (193).  
  • Esteja preparado para agir em caso de incêndios: Mantenha água, abafadores e ferramentas adequadas para combate a incêndios em casa, no carro e em propriedades rurais. Essa preparação pode ser crucial para evitar que pequenos focos se alastrem.
  • Informe-se sobre as condições climáticas: Evite fazer atividades ao ar livre, como churrascos e trilhas, em dias de altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes, pois essas condições favorecem a propagação rápida do fogo.

Projeto de Olho na Natureza de Porto Feliz no combate às queimadas 

Conforme já relatado em um dos blogs anteriores com o tema: “Educação ambiental de forma leve e agradável no ensino formal, o Projeto de Olho na Natureza é um dos projetos de grande relevância do Instituto Libio. É idealizado para proporcionar a vivência da realidade do tráfico, levando informações teóricas de maneira dinâmica e proporcionando práticas que promovam a transformação relacionada à conservação do meio ambiente e ao combate ao tráfico de animais silvestres.

O Projeto é uma iniciativa do Instituto Libio em parceria com a Prefeitura Municipal de Porto Feliz, destacando-se por ser um Projeto enriquecedor com oito oficinas ambientais ministradas pela educadora ambiental com variados temas direcionadas aos sétimos anos das escolas da rede municipal de ensino e visita guiada ao Mantenedor de Fauna Silvestre do Instituto Libio.

Um dos assuntos trabalhados durante o Projeto são as consequências das ações humanas e seus efeitos nos biomas brasileiros. Nesta oficina, além de abordar o tema dos biomas brasileiros e seus ecossistemas, a educadora ambiental enfatiza aos alunos que infelizmente os biomas não se encontram “bonitos e coloridos” como eles veem no mapa e que, as ações humanas têm influenciado significativamente no meio ambiente trazendo prejuízos à fauna e flora. Dentre as ações negativas causadas pelo ser humano no meio ambiente estão as queimadas, como infelizmente temos visto mais um ano no bioma Pantanal.  

Pessoas sentadas em uma sala

Descrição gerada automaticamente com confiança média
Dinâmica I – Biomas brasileiros e seus ecossistemas associados – Ações negativas causadas pelo ser humano no meio ambiente: queimadas 

Dinâmica II – Desenvolvimento Sustentável: alunos refletem sobre o assunto e escrevem tópicos de como podemos ser sustentáveis e ajudar a natureza. 

Dentre as atitudes que os alunos mais mencionam nas atividades e que está diretamente ligada ao aprendizado no dia a dia são as queimadas, conscientizando as pessoas a “não colocarem fogo na mata”, seja de forma intencional ou simplesmente por não terem dimensão que uma bituca de cigarro pode causar um grande estrago na natureza.   

Lousa branca com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente com confiança média
Dinâmica IV – Ações positivas e negativas causadas pelo ser humano na natureza – Sensibilização ambiental realizada através de desenhos.

Nesta dinâmica os alunos têm a oportunidade de demonstrar através de desenhos uma ação positiva e uma ação negativa causada pelo ser humano. Neste desenho é possível observar que o aluno escolheu retratar a queimada e o desmatamento causados pelo ser humano na natureza. 

Através dessas atividades, os alunos são capazes de compreender que cada cidadão pode fazer a diferença adotando atitudes conscientes no dia a dia e estando preparado para agir em casos de emergência comunicando os órgãos ambientais. Somente com a cooperação de todos poderemos preservar nossos recursos naturais e garantir um futuro mais sustentável para as próximas gerações.

É necessário despertar a sensibilização ecológica na população na perspectiva de repensar suas atitudes no processo cotidiano das relações ambientais, uma vez que a prática de queimadas é prejudicial ao ser humano e ao ecossistema como um todo.

Os alunos são os disseminadores do conhecimento e levam essa informação às pessoas próximas: familiares, amigos, vizinhos. 

Tecido com desenho de personagens de desenho animado

Descrição gerada automaticamente com confiança média
Dinâmica IV – Sensibilização ambiental realizada através de desenhos. 

Encerro o blog com esse lindo desenho feito por uma aluna do sétimo ano da EMEF Vereador Carlos Roberto de Oliveira, destacando novamente a importância e contribuição dos animais para o equilíbrio ecológico. Como observado, os animais livres na natureza sem interferência do ser humano. 

Te convido a repensar a grande importância que eles têm na manutenção da vida terrestre, bem como a flora e que juntos podemos promover sua defesa. 

Diga não às queimadas! Nós precisamos da natureza para sobreviver, ela não!

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